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  • Sylvia Mansur

Formação de professores da infância


Formação de professores

Falar sobre #infância é algo que fascina. Falar sobre a educação encanta, inspira, comove e

faz acreditar no futuro. Proponho a você, leitor, uma reflexão: qual a importância nosso país

dispensa à educação? Pois bem, esse é um ótimo ponto de partida. Um país que valoriza a

educação o faz desde a infância, porque é nessa fase que desenvolvemos muitas habilidades, a

formação de caráter, e consolidamos uma base sólida para toda a vida. E assim deveria ser, um

povo que valoriza sua educação, sua cultura e sua gente. Assim, nós educadores, em busca de

reflexões, de embasamento e respostas para nosso cotidiano escolar, temos nos encantado pelas

abordagens “estrangeiras”, principalmente nos últimos anos. Sejam reggianas, argentinas,

finlandesas, piclkerianas e outras tantas, pois nesses países existem estudos, registros e pesquisas

sobre a importância e a potência da infância. Assim, quando nos aprofundamos nessas abordagens, pensamos em nossa prática e no chão da escola e a magia acontece: o encontro entre a teoria e a prática!


Se a criança é feita de CEM, como o grande educador italiano Loris Malaguzzi nos disse e nos

mostrou, e é sujeito e protagonista que constrói seu conhecimento, que adulto é capaz de

proporcionar um espaço fértil de experiências e vivências? Realmente, para se permitir adentrar

nesse mundo da infância de tantas linguagens, um educador não pode ser raso, superficial e

insensível. Ao entrarmos no universo infantil precisamos ter humildade, formação aprofundada e

sensibilidade. Chegamos ao ponto X da questão: A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA INFÂNCIA.


Um professor das infâncias, além de ter o poder de encantar e se maravilhar com as

delicadezas do dia a dia, precisa estudar, desenvolver uma escuta sensível, amar, sentir, se permitir, imaginar, sonhar, acreditar, se espantar, estudar mais e mais, ser pesquisador. Ora protagonista, ora plateia do acontecer do desenvolvimento infantil.


Uma das abordagens mais encantadoras é a de Reggio Emília, recém-descoberta pelos

brasileiros, mas é antiga, surgiu no pós-guerra, e chegou ao nosso país há pouco tempo. A

abordagem italiana nos mostra a potência da infância, de como a força de se sentir pertencente a

um local me faz forte desde o “comecinho” da vida. Saber sua origem, conhecer suas raízes e

histórias te torna grande para crescer, aprender, viver, se desenvolver e muito mais.


Feita essa singela introdução, conto a vocês a proposta que fiz à minha equipe do CEI Canto

dos Encantos no nesse ano de 2020, da qual sou coordenadora pedagógica. Temos estudado e nos

aprofundado no desenvolvimento infantil e trabalhamos com a Pedagogia de Projetos, Pedagogia

dos Detalhes, Pedagogia de Afetos e Acolhimento. Singelamente temos tentado conhecer

profundamente o cotidiano infantil. Buscamos todos os dias as delicadezas e simplicidades da

infância, o olho no olho, a sensibilidade na “escuta” e o aprofundamento na formação, pois não é

porque trabalhamos com os pequenos que o trabalho não deve ser grandioso.


Assim nasceu o nosso macro projeto sobre Curitiba, nossa cidade! Debruçamos-nos sobre

livros, mapas e materiais e fomos viver a cidade na semana pedagógica. Partindo do marco zero, na Praça Rui Barbosa, fomos passear ou repassar por lugares que já havíamos passado, mas sem um olhar cuidadoso como é o olhar da criança. Fomos nos abastecer de histórias, culturas e tradições da nossa linda cidade. Parques, Castelos, Museus, Praças, Monumentos, quanta informação!


Livros que falam sobre Curitiba

E o mais lindo? Ver o brilho no olhar dos educadores, o olhar infantil do “inédito”, do“maravilhamento”. Esse é o ciclo, me encantar para encantar o outro. Surgiu então: FAÇA CHUVA, FAÇA SOL, CURITIBA NOSSO QUINTAL!

Uma certeza tenho em meu coração, como as crianças precisam sentir para aprender, o

professor também necessita desse experimentar. O educador das infâncias precisa ter a poesia no

olhar, a magia no encantar e a vontade de aprender sempre, principalmente aprender com as

crianças. E como perguntaria Loris Malaguzzi: O que te encantou hoje, professor?




Sylvia Mansur

Pedagoga

Especialista em Educação Infantil e Gestão Escolar

Curiosa e apaixonada pelas vivências da infância





Referências:




BARDANCA, Angelles Abelleira. Os Fios da Infância. São Paulo: Phorte, 2018.

GARCIA, J; PAGANO A.; PRANDI, R. A reinvenção da Educação Infantil: uma experiência de Reggio Emília. Curitiba: Editora UTP, Coopselios, 2018.

GARCIA, J.; PAGANO A.; JUNQUEIRA G. Educação Infantil em Reggio Emilia: reflexões para compor um diálogo. Curitiba: Editora UTP, 2017.

PROENÇA, M. A. Prática Docente: a abordagemde Reggio Emília e o trabalho com projetos. São Paulo: Panda Educação, 2018.

STACCIOLI, G. Diário do acolhimento na escola da infância. Campinas SP: Autores Associados, 2013.


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